sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Em Nome Do Pai e Do Filho...

                                                                                  “Se o medo da loucura nesta estrada escura me afastar da luz que me conduz... Ê, meu pai, ajuda o filho meu pai.” (Ê, meu pai – Raul Seixas)

A paternidade é uma construção social que se impõe acima do fator biológico de ser pai. A maneira como o homem exerce sua paternidade está diretamente relacionado com a concepção de sua masculinidade, construída a partir de suas vivências na época que foi filho e dos valores que introjetou ao longo da sua vida.

Um novo modelo de pai está emergindo baseado na direta participação e criação dos filhos, exercendo tarefas antes exclusivas das mães, a exemplo de cuidar da alimentação e da higiene das crianças, porém este novo pai ainda convive com modelos tradicionais com perfil dominador e ausente da participação da vida dos filhos, fato este observado em todas as classes sociais. O acentuado peso que a sociedade impõe ao individuo masculino no papel de pai, alimentando o multimilenar machismo, de que o homem deve ser bem sucedido na profissão, com as mulheres, no comando das famílias, ou seja: o pai – que- nunca- fracassa... gerando angustias e incertezas: será que estou no caminho certo? Como devo ser pai? Autoritário ou liberal? 

Não existe modelo único padrão “de paternagem”. Porém não tenha medo de impor limites no momento adequado nem se sinta culpado em ser complacente em situações que convém. No manejo da criação dos seus filhos esteja sempre presente, mesmo ausente (viagens, trabalho, separações e outros...), demonstrando seu amor não somente através de presentes e pagamento de contas, mas principalmente verbalizando (filho (a) eu amo você). Muitos pais têm vergonha de falar coisas carinhosas para o filho, porém faça isso com frequência ao longo dos dias de sua vida. 

Quando se sentir triste e aflito pelas cobranças por vezes impostas pelos próprios filhos, peça desculpas e não se intimide em devolver: Filho (a) o que você faria se estivesse em meu lugar de pai? Demonstre que vem tentando acertar, mas nem sempre é fácil, principalmente nos tempos atuais. Não tenha vergonha de pedir sugestões e de aprender com seus filhos e de tentar e errar novamente porque somente experimentando novas atitudes é que você vai descobrir quão fascinante e compensador é ser pai.

Neste mês de agosto dedicado aos "homens – pais" nosso reconhecimento e aplausos pelo valor que vocês têm.


Referências bibliográficas:

DOR, Joel, O pai e sua função em psicanálise. Rio de Janeiro – Zahar, 1991
MC Dougall, Joyce, As múltiplas faces dos eros. Uma exploração psicanalítica da sexualidade humana – São Paulo: Martins Fontes, 1997
FROID, Sigmund – Edição Standard Brasileira das obras psicológicas completas. Rio de Janeiro: Imago: 1996. Texto: A dinâmica da transferência, vol. XII




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