“Se o medo
da loucura nesta estrada escura me afastar da luz que me conduz... Ê, meu pai,
ajuda o filho meu pai.” (Ê, meu pai – Raul Seixas)
A paternidade é uma construção social que se impõe acima do
fator biológico de ser pai. A maneira como o homem exerce sua paternidade está
diretamente relacionado com a concepção de sua masculinidade, construída a
partir de suas vivências na época que foi filho e dos valores que introjetou ao
longo da sua vida.
Um novo modelo de pai está emergindo baseado na direta
participação e criação dos filhos, exercendo tarefas antes exclusivas das mães,
a exemplo de cuidar da alimentação e da higiene das crianças, porém este novo
pai ainda convive com modelos tradicionais com perfil dominador e ausente da
participação da vida dos filhos, fato este observado em todas as classes
sociais. O acentuado peso que a sociedade impõe ao individuo masculino no papel
de pai, alimentando o multimilenar machismo, de que o homem deve ser bem
sucedido na profissão, com as mulheres, no comando das famílias, ou seja: o pai
– que- nunca- fracassa... gerando angustias e incertezas: será que estou no
caminho certo? Como devo ser pai? Autoritário ou liberal?
Não existe modelo único padrão “de paternagem”. Porém não
tenha medo de impor limites no momento adequado nem se sinta culpado em ser
complacente em situações que convém. No manejo da criação dos seus filhos
esteja sempre presente, mesmo ausente (viagens, trabalho, separações e
outros...), demonstrando seu amor não somente através de presentes e pagamento
de contas, mas principalmente verbalizando (filho (a) eu amo você). Muitos pais
têm vergonha de falar coisas carinhosas para o filho, porém faça isso com
frequência ao longo dos dias de sua vida.
Quando se sentir triste e aflito pelas cobranças por vezes
impostas pelos próprios filhos, peça desculpas e não se intimide em devolver:
Filho (a) o que você faria se estivesse em meu lugar de pai? Demonstre que vem
tentando acertar, mas nem sempre é fácil, principalmente nos tempos atuais. Não
tenha vergonha de pedir sugestões e de aprender com seus filhos e de tentar e
errar novamente porque somente experimentando novas atitudes é que você vai
descobrir quão fascinante e compensador é ser pai.
Neste mês de agosto dedicado aos "homens – pais" nosso
reconhecimento e aplausos pelo valor que vocês têm.
Referências bibliográficas:
DOR, Joel, O pai e sua função em psicanálise. Rio de Janeiro
– Zahar, 1991
MC Dougall, Joyce, As múltiplas faces dos eros. Uma
exploração psicanalítica da sexualidade humana – São Paulo: Martins Fontes,
1997
FROID, Sigmund – Edição Standard Brasileira das obras
psicológicas completas. Rio de Janeiro: Imago: 1996. Texto: A dinâmica da
transferência, vol. XII
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