sexta-feira, 9 de junho de 2017

DIA DOS NAMORADOS


DIA DOS NAMORADOS
AMOR LiQUIDO
“Deixa eu dizer que te amo...Deixa eu pensar em você.
Isso me acalma..Me acolhe a alma..Isso me ajuda a viver
Amor I Love You – Marisa Monte”.



“Viver entre uma multidão de valores, normas e estilos de vida em competição, sem uma garantia firme e confiável de estarmos certos é perigoso e cobra um alto preço psicológico”... ZYGMUND BAUMAN, AMOR LÍQUIDO.


A multiplicidade de amores virtuais sem vínculos movidos pelo fascínio dessas relações fluidas e sem conhecer as entrelinhas e os hábitos do outro, onde tudo se torna glamouroso e arrebatador, porém esta paixão virtual não se sustenta. Aquilo que parecia tão nosso na verdade é um estranho, porque o amor necessita da presença física do corpo para que ele se inscreva no dia a dia da relação a dois. Nenhum sistema operacional das redes sociais abolirá o corpo; O ser humano necessita do encontro presencial, olho no olho, contato pele a pele, nos mostrando por inteiros e reais para percorrermos juntos o caminho do amor, criando, recriando e reinventando num processo contínuo para a formação do vínculo afetivo que poderá não ser para sempre, mas que será eterno enquanto durar segundo nosso poeta Vinícius de Morais.


Na vivência desta relação onde não existe o certo e o errado, apenas a vontade imperiosa de ficar juntos, optando pela escolha de perdoar e compreender os erros do outro e poder chegar a conclusão que vale a pena continuar e insistir na vida a dois.


O amor nunca está pronto e pode não durar, como imaginam os casais apaixonados no auge do fascínio do inicio das relações. É uma construção erguida tijolo por tijolo por mãos a dois, numa dinâmica semelhante à própria vida e que cultivamos com gestos e atitudes, que vão nutrir a cumplicidade e criar a história de amor de cada um. Nesta caminhada as desilusões poderão acontecer e fazer parte num processo dinâmico impulsionado pelos reverses da vida; Nestes momentos de desilusão, viva este luto necessário, mas encontre forças para seguir em frente e reconstruir sua vida.


 Ao longo da história da humanidade os costumes moldaram o vínculo amoroso em instituições culturais que perduram até os nossos tempos, como o casamento. Este amor é uma construção social regido por um conjunto de ideias, crenças, expectativas e atitudes culturamente aprendidas e aceitas. O ser humano porém é ávido por atenção, cuidados e a presença reconfortante do outro que nos confere proteção e afeto deixando a vida mais leve. O amor é um sentimento universal que viola a moralidade cultural, tão poderoso e enigmático que ultrapassa todas as taxionomias de gêneros, raças, cores e credos impostos pela sociedade.


 A idealização do outro, a expectativa de completude na relação, pode nos levar à decepção nos relacionamentos causando frustração e angústia ao perceber que o outro é tão humano quanto nós, cheio de erros e acertos mas que ao longo da vivência a dois, se constrói a admiração pelo outro, que se traduz como a consciência do verdadeiro amor e que irá nos impulsionar pela vida afora, guardando as recordações boas que o amor deixou impresso em nossa alma. .





REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ZYGMUND BAUMAN, AMOR LÍQUIDO, ED. ZAHAR, 2004.
SIGMUND FREUD, TRES ENSAIOS SOBRE A TEORIA DA SEXUALIDADE, ED. COMPANHIA DAS LETRAS, 2016.
SIGMUND FREUD, O MAL - ESTAR NA CIVILIZAÇÃO, ED. PINGUIN E COMPANHIA DAS LETRAS, 2011.
ALAIN DE BOTTON, AS CONSOLAÇÕES DA FILOSOFIA, ED. ROCCO, 2013.
REGINA NAVARRO LINS, O LIVRO DO AMOR, ED. BEST SELLER, 2012.
AILTON AMÉLIO, RELACIONAMENTO AMOROSO, ED. PUBLIFOLHA, 2009.
FLÁVIO GIKOVATE, SEXUALIDADE SEM FRONTEIRAS, ED. MG EDITORES, 2013.
JORGE FORBES, INCONSCIENTE E RESPONSABILIDADE – PSICANÁLISE DO SÉCULO XXI, ED. MANOLE, 2013.
JOSEPH CAMPBELL, O PODER DO MITO, ED. PALAS ATHENA, 2012.

Um comentário: