segunda-feira, 4 de abril de 2016

PERVERSÃO SEXUAL - PARAFILIAS

PERVERSÃO SEXUAL - PARAFILIAS

 “Um tapinha não dói” - Bonde do Tigrão

Apesar do termo perversão ser pejorativo socialmente ela é tolerada e com isso permite-se que ela se desenvolva na sociedade. A perversão sexual encerra uma fantasia de vingança visando humilhar e subjugar o outro na relação. O desejo de maltratar estar presente no erotismo como se o desejo de causar dano contivesse um certo gozo. Segundo Stoller (1998) “A perversão sexual tem como objetivo converter um trauma infantil em um triunfo adulto”. A perversão sexual é vista por ele como um caminho para a superação de traumas e conflitos ocorridos na infância. Ou seja, ao ferir e humilhar, a pessoa se vinga de ter sido magoada na vida.


Segundo a psicanalise a perversão sexual é um desvio do objeto de desejo durante o ato sexual para a obtenção de prazer, através de diversas praticas: Nas parafilias com uso de objetos sexuais a exemplo da pedofilia, necrofilia ou através de zonas erógenas como no fetichismo, exibicionismo, sadomasoquismo onde estas práticas sexuais têm um caráter fixo e exclusivo para obtenção do gozo.

 
Freud afirma que existe algo de perverso presente na sexualidade adulta dita normal “A disposição para a perversão não é algo de raro mas faz parte da chamada sexualidade humana” (Freud – TRÊS ENSAIOS SOBRE A TEORIA DA SEXUALIDADE).


Neste contexto todo objeto ou função corporal podem ser erotizados e que os impulsos eróticos são uma fonte inesgotável de construções engenhosas e até mesmo consideradas expressões esdrúxulas e inaceitáveis destas praticas sexuais tidas como perversas. 


A Sexologia como ciência evita usar o termo perversão por ser discriminatório e atualmente estas praticas são englobadas com nome de parafilias. É importante considerar que a perversão sexual quando não faz parte de abuso de poder e violência ela se instala na dinâmica do autoerotismo, dos pares ou grupos envolvidos, havendo a permissão de ambas as partes no jogo da conduta sexual perversa.


A perversão sexual paradoxalmente é estimulada pela sociedade através das grandes mídias, filmes, programas de TV e produções musicais constituindo uma verdadeira apologia ao sadismo, fetichismo, masoquismo, exibicionismo e voyeurismo, a exemplo de filmes como O Império dos Sentidos nos anos 30 e mais atualmente Cinquenta Tons de Cinza, letras musicais “tapinha não dói, tigrão, cachorra, siririca”. Todos esses apelos são apresentados na mídia de uma forma light e brincante disfarçando a real mensagem impressa nas letras ou imagens de perversão e humilhação principalmente das mulheres. Na era da Sociedade do Espetáculo o que vale é aparecer e ter fama a qualquer preço; as propagandas de bebidas alcoólicas vendem seus produtos usando fotos de bundas de mulheres bonitas, a exemplo da propaganda da cerveja “desce redondo” (como os bumbuns das mulheres), estas propagandas sugerem o deslocamento da mulher de sua condição de pessoa para objeto voyeur. São abusivas e promovem a perversão sócio sexual.



Referencias Bibliográficas

STOLLER, J. R Observando a Imaginação Erótica. Imago, Rio de Janeiro, 1998
FREUD, S. Una Teoria Sexual, in Obras Completas. Editorial Biblioteca Nueva, Madrid, 1967
CLAVREUL, J. ET AL. O Desejo e a perversão. Papirus, Campinas, SP, 1990
CALLIGARIS, C. A sedução Totalitária. In Clínica do Social: ensaios. Escuta, São Paulo, 1991.











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