“Ser
um homem feminino, não fere o meu lado masculino, se Deus é menina e menino,
sou masculino e feminino...” (Pepeu
Gomes)
O homem atual vivencia um dilema muito grande. Encontra-se dividido
entre as velhas tradições e as conquistas da nova mulher. Sente-se preso aos
velhos costumes machistas quando lhe foi negado o direito de ser sensível e
chorar (“Homem não chora”) e aprendeu que sua mulher era “dona do lar” e que
deveria cuidar bem de seus pertences pessoais, das tarefas domésticas, da
criação dos filhos e ainda estar deslumbrante para recebê-lo a noite quando chega do trabalho, e ao mesmo tempo este homem tem
que satisfazer as expectativas dessa nova mulher que agora não é mais somente
dona de casa e sim sua parceira, essa nova mulher que batalhou e conquistou o
direito de exercer sua cidadania e escolher inclusive qualquer profissão,
muitas delas tidas antigamente como exclusivas dos homens, a exemplo da
carreira militar. Esta mulher “parceira” assumiu de direito o espaço público e
hoje divide por igual ou até mais todas as necessidades que permeiam a vida a
dois, principalmente o lado financeiro. Ela se empoderou e tornou-se detentora
também de tomada de decisões importantes, na vida socioafetiva, profissional e
familiar, exigindo hoje a prática e o respeito aos seus direitos de mulher
cidadã: participando da política, dona de seu próprio corpo e gôzo, mulher mãe
por escolha e não por imposição, mulher amante/amada por acreditar no amor. Essa
nova mulher que desempenha múltiplas atividades, com jornada dupla de trabalho, necessitou
envolver o homem para que se torne seu
parceiro na divisão dessas tarefas, principalmente de criação dos filhos e
trabalhos domésticos.
É como se o homem tivesse ficado entorpecido diante da realização
feminina, tipo: “o tempo passou na janela e só Carolino (o homem) não viu...” (Chico
Buarque). Somente mais recentemente é que o “Príncipe Encantado” acordou e viu
que sua “Branca de Neve” não precisa mais de “Sete Anões” como seus serviçais
e aprendeu a se virar e dar conta do recado sozinha, e este homem está tentando
se adaptar e conviver com esta mistura entre os velhos paradigmas machistas e seu novo papel masculino como parceiro de fato dessa mulher.
Por outro lado, algumas mulheres deslumbradas diante das suas conquistas,
tornaram-se muito exigentes, com auto-estima inflada e esqueceram que seu “Príncipe
Encantado” está perdido, tentando acertar, para satisfazer as expectativas da sua parceira.
A maioria dos homens já percebeu
que o caminho é compartilhar as tarefas, principalmente entre as
gerações mais jovens, mas existem ainda alguns “Belos Adormecidos” que está na hora de acordar para realidade: os dois trabalham fora,
pagam contas juntos, escolhem ter filhos juntos. Nada mais justo que dividir também os direitos e principalmente os deveres.

Afinal como equilibrar essa balança? Na verdade não existe uma fórmula
pronta, nas atitudes saudáveis a exemplo de: saber dirigir-se ao outro quando
necessitar fazer uma crítica ou tratar uma situação difícil. Dizer que eu ou
nós dois estamos falhando (não errando) em determinado ponto, alivia o peso
sobre o outro; ao passo que você confere um tom acusador. Entremear a crítica
com frases tipo: “Sei que está difícil
para você...” ou “Entendo o que você está dizendo ou sentindo...”. Ambos devem
se esforçar para evitar gritar ou alterar a voz para não sair do campo do
diálogo para brigas. Deve argumentar seu ponto de vista, em vez de trocar
agressões e acusações para não ferir o outro que você tanto ama e respeita. Por
outro lado deixe claro que o sentimento que os une está acima de qualquer
dificuldade, ajude a fortalecer os laços, mesmo em momentos difíceis. Através
de reforços positivos, exagere em parabenizar, mesmo quando o homem suja todas
as panelas e cozinha e fica feliz porque fez aquela comidinha para você ou fez
aquela faxina “superficial” na casa e que suou muito e ficou exausto!
Libere o bom humor
nessas horas e procurem rir juntos, dos desacertos do outro, porque quando
você ri libera endorfinas cerebrais que aumentam o desejo sexual e o prazer, o
que vai beneficiar o casal para desfrutar desse encontro de intimidade quando o
casal reafirma a base de toda relação, não importando a raça, a cor, a
preferência sexual, a religião, todos enfim compartilham o amor.

“Todas as formas de amor valem a pena” Milton Nascimento
OBS: Os personagens dos contos de fadas aqui citados foram trocados de
posição e das histórias propositalmente.
Referências bibliográficas:
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- Masters WH,Johnson VE. A resposta Sexual Humana. São
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- CHAUÍ , M. Repressão sexual – Essa nossa (des)conhecida .
São Paulo; Brasiliense 1984.
- Freud S Três ensaios sobre a teoria da sexualidade. Obras
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- Focault M. História da sexualidade, 3: o cuidado de si.
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- Helen Fisher- Porque ele? Porque ela? Livro – Ed. Rocco -2010
- ABDO CARMITA, Descobrimento Sexual do Brasil, Ed. Summus - São Paulo -
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