sexta-feira, 13 de maio de 2016

Comunicação Sexual



          Comunicação Sexual
                  "...Por ser exato, o amor não cabe em si. Por ser encantado, o amor revela-se. Por ser amor, invade e fim...” Djavan.


A perfeição na vida a dois decididamente ela não existe. O amor de verdade é uma construção diária, é uma obra de arte inacabada, que modulamos e colorimos ao longo de nossas vidas, através de atitudes simples e cuidadosas para com o outro envolvido na relação. É o construir tijolo por tijolo, solidificando o alicerce e renovando as estruturas através de pequenos esforços diários, para reafirmar o valor da outra pessoa e fazer brilhar com mais intensidade a vida a dois. Em vez de se referir às qualidades e defeitos do outro, substituir por características próprias de cada um eliminando de sua vida a necessidade de criticar e julgar, principalmente diante daqueles momentos difíceis que todo relacionamento enfrenta no cotidiano. Nestas horas tendemos a acusar e culpar o outro com base em nossas perspectivas. Segundo o psicanalista suíço Carl Jung a tendência é ignorar nossas fraquezas e defeitos, projetando-os no outro. Recorremos à projeção como uma poderosa arma de defesa que nos protege daquilo que não queremos admitir em nós mesmos, criticamos e julgamos no outro aquilo que não aceitamos: chamamos este comportamento em psicanálise ‘espelho dos relacionamentos’. 


 
Para uma comunicação sexual adequada devemos evitar acumular comportamentos negativos como se acumulam dividas: falta de diálogo, agressividade, indiferença e luta pelo poder; a exemplo da agressividade que é vazia, magoa e humilha o outro e isso é tudo que a gente não quer na relação.

 
A falta de habilidade para expressar as emoções e reconhecer os próprios limites, constitui o principal empecilho para uma vida sexual assertiva. Não tenha medo de desnudar não somente o corpo, mas também a alma, ou seja sua maneira ímpar de ser e de como gosta de ser tocado(a) e acariciado(a) durante o encontro sexual. 


A assertividade sexual poderá ser construída, à medida que conhecemos e confiamos no outro; aprendemos a expressar nossas emoções, desejos e dificuldades, na pratica do exercício do direito individual e do respeito pelo direito do outro. Este comportamento assertivo faz você se sentir bem e o outro valorizado tendendo a reagir positivamente diante daquilo que você quer e deseja para uma vida a dois harmoniosa.
Quando não conseguimos verbalizar o que sentimos, ficamos frustrados porque o outro deveria saber e conhecer a maneira como gostaria de sentir prazer e de ser tocado(a), aumentando nossas emoções negativas como a raiva e angustia podendo levar a disfunções sexuais e a sérios conflitos na vida a dois.


O cuidado com a escolha das palavras e a postura corporal no momento do diálogo, principalmente quando for fazer uma crítica construtiva, são fundamentais para não magoar o outro(a). Prefira tratar dos problemas na primeira pessoa: dizer ‘eu’ ou ‘nós’ estamos falhando neste ponto, alivia o peso sobre o outro, ao passo que o uso de ‘você’ confere um tom de acusação. Entremear estes momentos críticos com frases como: ‘ sei que é difícil para você’... ‘entendo o que você está sentindo’... desculpe, mil desculpas por não ter percebido isso’... amenizam o clima e faz o outro se sentir valorizado(a).


Atualmente independente dos velhos ou novos arranjos conjugais, se o casal é heterossexual, homossexual, bissexual, e que percorra todas as diversidades de gêneros, a comunicação sexual deve ser regada e cultivada no dia a dia da vida a dois. Já que as pessoas envolvidas na relação se desdobram entre múltiplos afazeres: trabalho, tarefas domesticas, criação de filhos, contas a pagar, transito, enfim se deparam diariamente com diversos fatores estressantes, mesmo assim não podemos esquecer de separar um tempo para o prazer de estar com o outro, seja um momento de afeto, troca de caricias, encontro sexual e tudo de bom que a vida a dois nos proporciona fazendo de nós pessoas mais leves e mais amorosas.


A falta de comunicação sexual adequada entre os parceiros(as), leva à disfunções sexuais: desejo sexual hipoativo, disfunção erétil, ejaculação precoce, anorgasmia e outras situações conflituosas, que podem afetar uma relação duradoura.


“Viver felizes para sempre, até que a morte nos separe...” J+U+N+T+O+S somando todas as letras para vivenciar uma vida sexual prazerosa, o casal deve exercitar o companheirismo, flexibilizar diante de situações adversas, aceitar as diferenças e se empenhar para a construção dos desejos comuns e principalmente respeitar e apoiar os projetos individuais do outro. 



O idioma do amor é simples e excitante quando somos sinceros e refletimos sobre a competitividade dos tempos atuais: queremos a melhor performance sexual, corpo perfeito, sucesso financeiro sempre, porque a vida passa e o que permanece são as lembranças dos bons momentos vividos ao lado das pessoas que amamos.


Referências Bibliográficas

AUGUSTO CURY, as regras de ouro dos casais saudáveis – Ed. Academia. 2014
JOHN GOTTMAN, O que faz o amor durar – Ed. Fontanar. 2014
ABDO, CARMITA Sexualidade Humana e seus Transtornos, 5 ª Ed – São Paulo: Leitura Médica, 2014.
SERGE HEFEZ, psicanalista francês, livro homens no divâ – Ed. Benvirá
STEVEN CARTER, Como fazer o amor da certo - Ed Sestante
SONJA, Os mitos da felicidade – Ed. Otisseia
HELEN FISHER, Porque ele? Porque ela? - Ed.Rocco Rio Janeiro 2009

Nenhum comentário:

Postar um comentário