Comunicação
Sexual
"...Por ser exato, o
amor não cabe em si. Por ser encantado, o amor revela-se. Por ser amor, invade
e fim...” Djavan.
A
perfeição na vida a dois decididamente ela não existe. O amor de verdade é uma
construção diária, é uma obra de arte inacabada, que modulamos e colorimos ao
longo de nossas vidas, através de atitudes simples e cuidadosas para com o
outro envolvido na relação. É o construir tijolo por tijolo, solidificando o
alicerce e renovando as estruturas através de pequenos esforços diários, para
reafirmar o valor da outra pessoa e fazer brilhar com mais intensidade a vida a
dois. Em vez de se referir às qualidades e defeitos do outro, substituir por
características próprias de cada um eliminando de sua vida a necessidade de
criticar e julgar, principalmente diante daqueles momentos difíceis que todo
relacionamento enfrenta no cotidiano. Nestas horas tendemos a acusar e culpar o
outro com base em nossas perspectivas. Segundo o psicanalista suíço Carl Jung a
tendência é ignorar nossas fraquezas e defeitos, projetando-os no outro.
Recorremos à projeção como uma poderosa arma de defesa que nos protege daquilo
que não queremos admitir em nós mesmos, criticamos e julgamos no outro aquilo
que não aceitamos: chamamos este comportamento em psicanálise ‘espelho dos
relacionamentos’.

Para
uma comunicação sexual adequada devemos evitar acumular comportamentos
negativos como se acumulam dividas: falta de diálogo, agressividade,
indiferença e luta pelo poder; a exemplo da agressividade que é vazia, magoa e
humilha o outro e isso é tudo que a gente não quer na relação.

A
falta de habilidade para expressar as emoções e reconhecer os próprios limites,
constitui o principal empecilho para uma vida sexual assertiva. Não tenha medo
de desnudar não somente o corpo, mas também a alma, ou seja sua maneira ímpar
de ser e de como gosta de ser tocado(a) e acariciado(a) durante o encontro
sexual.

A
assertividade sexual poderá ser construída, à medida que conhecemos e confiamos
no outro; aprendemos a expressar nossas emoções, desejos e dificuldades, na
pratica do exercício do direito individual e do respeito pelo direito do outro.
Este comportamento assertivo faz você se sentir bem e o outro valorizado tendendo
a reagir positivamente diante daquilo que você quer e deseja para uma vida a
dois harmoniosa.
Quando
não conseguimos verbalizar o que sentimos, ficamos frustrados porque o outro
deveria saber e conhecer a maneira como gostaria de sentir prazer e de ser
tocado(a), aumentando nossas emoções negativas como a raiva e angustia podendo
levar a disfunções sexuais e a sérios conflitos na vida a dois.

O
cuidado com a escolha das palavras e a postura corporal no momento do diálogo,
principalmente quando for fazer uma crítica construtiva, são fundamentais para
não magoar o outro(a). Prefira tratar dos problemas na primeira pessoa: dizer
‘eu’ ou ‘nós’ estamos falhando neste ponto, alivia o peso sobre o outro, ao
passo que o uso de ‘você’ confere um tom de acusação. Entremear estes momentos
críticos com frases como: ‘ sei que é difícil para você’... ‘entendo o que você
está sentindo’... desculpe, mil desculpas por não ter percebido isso’...
amenizam o clima e faz o outro se sentir valorizado(a).
Atualmente independente dos
velhos ou novos arranjos conjugais, se o casal é heterossexual, homossexual,
bissexual, e que percorra todas as diversidades de gêneros, a comunicação
sexual deve ser regada e cultivada no dia a dia da vida a dois. Já que as
pessoas envolvidas na relação se desdobram entre múltiplos afazeres: trabalho,
tarefas domesticas, criação de filhos, contas a pagar, transito, enfim se
deparam diariamente com diversos fatores estressantes, mesmo assim não podemos
esquecer de separar um tempo para o prazer de estar com o outro, seja um
momento de afeto, troca de caricias, encontro sexual e tudo de bom que a vida a
dois nos proporciona fazendo de nós pessoas mais leves e mais amorosas.

A falta de comunicação sexual
adequada entre os parceiros(as), leva à disfunções sexuais: desejo sexual
hipoativo, disfunção erétil, ejaculação precoce, anorgasmia e outras situações
conflituosas, que podem afetar uma relação duradoura.

“Viver felizes para sempre,
até que a morte nos separe...” J+U+N+T+O+S somando todas as letras para
vivenciar uma vida sexual prazerosa, o casal deve exercitar o companheirismo,
flexibilizar diante de situações adversas, aceitar as diferenças e se empenhar
para a construção dos desejos comuns e principalmente respeitar e apoiar os
projetos individuais do outro.
O idioma do amor é simples e
excitante quando somos sinceros e refletimos sobre a competitividade dos tempos
atuais: queremos a melhor performance sexual, corpo perfeito, sucesso
financeiro sempre, porque a vida passa e o que permanece são as lembranças dos
bons momentos vividos ao lado das pessoas que amamos.

Referências Bibliográficas
AUGUSTO CURY, as regras de
ouro dos casais saudáveis – Ed. Academia. 2014
JOHN GOTTMAN, O que faz o amor
durar – Ed. Fontanar. 2014
ABDO, CARMITA Sexualidade Humana e seus Transtornos,
5 ª Ed – São Paulo: Leitura Médica, 2014.
SERGE HEFEZ, psicanalista francês, livro homens
no divâ – Ed. Benvirá
STEVEN CARTER, Como fazer o
amor da certo - Ed Sestante
SONJA, Os mitos da felicidade
– Ed. Otisseia
HELEN FISHER, Porque ele?
Porque ela? - Ed.Rocco Rio Janeiro 2009
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